Mentiras?

Textos ilusórios, frases sem sentido, lembranças marcadas pela caneta que escrevia verdades em tons de cinza. Tudo fora praticado, planejado, arquitetado e muito bem programado. O primeiro beijo, se achas que aconteceu rápido demais, está enganado, ele aconteceu justamente na hora que deveria acontecer. As mãos não foram sobrepostas, elas foram perfeitamente calculadas para que se encaixassem na mais perfeita sintonia.
Chamei-te, então, para um jogo. Um jogo onde ninguém tinha nada a perder, tanto não tinha que na falta de algo, me perdi. Tiramos na sorte e meu número foi menor que o seu. Passei a vez e você jogou duas vezes. Na primeira roubou roubos as cartas, na segunda, minha voz. Minha vez: “roube algo” você disse. Roubei seu coração. Aquele que você disse nunca ter, pois é, você sempre teve e quando descobri isto guardei para mim e te enganei ao dizer que daria o meu coração se um dia quisesse, sem jamais o saber.
Foi tudo mentira. Tudo o que escrevi e disse. Não sou Alice, nunca estive perdida, sabia muito bem onde estava. E você? Você sempre teve um coração, nunca o ouviu bater?
As brigas? Todas armadas. Eu sabia que no fim do dia ou me ligaria ou mandaria mensagem e tudo se resolveria normalmente. Isto porque eu sempre soube que não ia me deixar. Pois é menti. Sempre menti para você. Os textos, os telefonemas, as mensagens, acha mesmo que chorei quando dizia ter chorado? As mãos, os toques, as risadas, os olhares: Tudo falso. Agora, depois destas inúmeras verdades que agora te conto, você pode até dizer que meus “eu te amo” era mentira, fique a vontade.

E se não quiser voltar, não tem problema, eu não ligo: outra mentira.